segunda-feira, 4 de junho de 2007

A “liberdade total” é tão perniciosa quanto a “ausência completa de liberdade”.

“O perigo da cultura popular moderna fora predito por Aldous Huxley em seu romance clássico antiutópico Brave New World (Admirável Mundo Novo) – o qual contrasta firmemente com outro romance antiutópico, 1984, de George Orwell. Orwell alertou sobre um governo comunista que baniria os livros, Huxley alertou sobre um governo ocidental que não precisaria bani-los – porque ninguém mais leria livros sérios. Orwell previu uma sociedade despojada de informação por sensores do governo; Huxley previu uma sociedade supersaturada de informação pela mídia eletrônica - até que as pessoas tenham perdido a habilidade de analisar o que viam e ouviam. Orwell temeu um sistema que dissimulava a verdade debaixo de propagandas e mentiras do governo; Huxley temia um sistema onde as pessoas deixassem de se preocupar com a verdade e se importavam somente com o entretenimento. Orwell descreveu um mundo onde as pessoas eram controladas pela imposição da dor; Huxley imaginou um mundo onde as pessoas eram controladas pela imposição do prazer. Os dois romances tem provado ser extremamente precisos – Orwell descrevendo a praga totalitária do nosso século, Huxley a doença das afluentes sociedades livres.
Huxley continua a castigar os partidários civis do livre-arbítrio no ocidente, os quais estão sempre alerta contra a tirania externa imposta, mas falham em perceber a facilidade com que podemos ser seduzidos e atraídos em direção a uma opressão insana pela tecnologia: esses guardiães da liberdade, afirma, têm “falhado em considerar o apetite quase infinito do homem por distração”. E em nenhum outro lugar esse apetite por distração banal e vazia da cultura popular é mais sedutor do que na América.”

Charles Colson & Nancy Pearsey, E Agora Como Viveremos? CPAD 2000, pg 547

Passo a transcrever alguns trechos do livro que li recentemente, esse em particular é um trecho que me chamou bastante a atenção, perceba os resultados semelhantes de dois tipos de tirania, de um lado a imposição da ausência completa de liberdade, de outro, a exigência de liberdade total, note como o as autores convergem para uma mesma conclusão.

A “liberdade total” é tão perniciosa quanto a “ausência completa de liberdade”.

1 comentários:

Flávio Oliveira disse...

Muito interessante esse ponto de vista. Realmente as consequências da "liberdade total" são bastante visíveis. Com a popularização das tvs a cabo e internet, nós conhecemos pouco de muita coisa. Vivemos na superficialidade. Isso é fato. O ideal é estarmos entre "liberdade total" e "ausência completa de liberdade". Como tudo na vida, o segredo está no equilíbrio.

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